A Obesidade foi muito estudada nos últimos anos e atualmente é reconhecida como uma doença crônica. A obesidade está associada a um estado inflamatório crônico de baixo grau e disfunção imunológica. Suspeita-se que o estado prolongado de inflamação leve a uma interrupção dos mecanismos homeostáticos e, consequentemente, a distúrbios metabólicos comumente associados à obesidade.
A cirurgia bariátrica demonstrou resultados superiores de perda de peso quando comparada com tratamentos não cirurgicos. Após a cirurgia melhora significativa da doença metabólica, bem como diminuição da mortalidade foi relatada em vários estudos o que apoia ainda mais a importância dessa modalidade de tratamento. Ao mesmo tempo, a segurança da cirurgia bariátrica tem sido estudada e extensivamente demonstrada, com mortalidade Peri operatória muito baixa, variando entre 0,03% e 0,2%, sendo essa menor que de muitas cirurgias presentes no nosso cotidiano como por exemplo a colecistectomia e a histerectomia, sendo assim, não é de surpreender que a cirurgia bariatrica tenha se tornado uma das operações mais comumente realizadas.
Na obesidade classe II (IMC de 35- 39,9 kg/m2), dada a presença de dados científicos de alta qualidade sobre segurança, eficácia e custo-efetividade da cirurgia bariátrica na melhoria da sobrevida e da qualidade de vida em pacientes com IMC ≥35 kg/m2, esta deve ser fortemente recomendada nesses pacientes, independentemente da presença ou ausência de comorbidades relacionadas à obesidade. As opções atuais de tratamento não cirúrgico para pacientes com IMC ≥35 kg/m2 são ineficazes para alcançar uma redução de peso substancial e sustentada necessária para melhorar significativamente sua saúde geral.
A obesidade de classe I (IMC 30–34,9 kg/m2) é uma doença bem definida que causa ou exacerba múltiplas comorbidades médicas e psicológicas, diminui a longevidade e prejudica a qualidade de vida.
Cada vez mais estudos prospectivos e retrospectivos de grande porte apoiam a noção de que a cirurgia bariátrica deve ser considerada uma opção de tratamento para pacientes com obesidade de classe I que não alcançam perda de peso substancial ou sustentada ou não conseguem melhora das comorbidades com métodos não cirúrgicos. Os primeiros achados levaram as organizações internacionais de diabetes a publicar uma declaração conjunta apoiando a consideração do cirurgia bariátrica para pacientes com IMC <35 e Diabetes tipo II. Vários estudos posteriores têm demonstrado que a cirurgia bariátrica nesses pacientes possibilita uma maior perda de peso a curto e longo prazo, benefícios metabólicos com altas taxas de remissão de comorbidades como diabetes, hipertensão e dislipidemia. Além disso pacientes obesos com IMC <35 kg/m2 submetidos a bariátrica tem uma maior chance de obter um IMC< 25 kg/m2 quando comparados com pacientes que tinham um IMC pré operatório maior que 35 kg/m2.
A perda de peso com tratamento clínico tem maior durabilidade em indivíduos com IMC <35 kg/m2 do que indivíduos com IMC >35 kg/m2, portanto, recomenda-se que uma terapia não cirúrgica seja tentada antes de considerar o tratamento cirúrgico nesses pacientes. No entanto, se as tentativas de tratar a obesidade e as comorbidades relacionadas à obesidade, como diabetes, hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono, doença cardiovascular (por exemplo, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial), asma, doença hepática gordurosa e esteato-hepatite não alcoólica, doença renal crônica Síndrome do ovário policístico, infertilidade, doença do refluxo gastroesofágico, pseudotumor cerebral e doenças ósseas e articulares não foram eficazes, a bariátrica deve ser considerada para indivíduos bem selecionados com obesidade de classe I.